terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

APOSENTADORIA

“Penso numa jogada, mas não consigo realizá-la. Meu tempo acabou”.

Foi a constatação de Ronaldo Nazário quando anunciou, no início dessa semana, sua saída do futebol profissional. Dura afirmação, depois de uma carreira mais que vitoriosa, na qual recebeu durante três anos o prêmio da FIFA de melhor jogador do mundo. É claro, que para jogadores de qualquer esporte, a aposentadoria vem cedo e a preparação para uma segunda carreira inicia-se praticamente junto com a primeira. Para nós, pobres mortais, geralmente a aposentadoria vem com a ociosidade, e por isso acabamos brigando contra o tempo das coisas.
Adoro futebol e também já sinto saudades em saber que não teremos mais o “Fenômeno”, com seus maravilhosos dribles e gols aos domingos. Mas, o jeito, agora é torcer pelo Neymar, Ganso, Pato e outros bichos e craques que já estão surgindo.
Aposentadoria é isso. Parar no momento certo e deixar que outros nos substituam dando seguimento ao trabalho que já continuamos de outrem e assim sucessivamente.
Porém, como sabermos o momento certo? No caso do Ronaldo, foram as dores, a desclassificação prematura na libertadores, a raiva exacerbada da torcida corintiana lhe avisaram: acabou o tempo!  Há quem diga que ele deveria ter parado antes, mas foi o tempo dele.
Urge em nós a preparação para a parada. Aprontar-se para reconhecermos o nosso tempo. É triste vermos pessoas que, independente da grana, não conseguem desligar-se de uma empresa e/ou emprego. Legal mesmo, é fazermos como alguns velhinhos espetáculos, também “Fenômenos”, que descobriram outros trabalhos, sem horários e cobranças, só para o deleite e prazer.

4 comentários:

  1. É isso ai Ritinha! Temos que viver cada etapa de nossas vidas de coração e cabeça tranqüila, respeitar o nosso tempo e limitações; ter a certeza do dever cumprido e nos descobrirmos em cada fase, em cada novo amanhecer.

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  2. Adorei o post. Realmente deve ser difícil saber envelhecer e deixar um emprego que define a pessoa por tantos anos. Beijo!

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  3. Como tudo na vida, trabalhar demais - e deixar-se definir apenas pelo trabalho - é veneno! Envelhecer e saber a hora de sair de cena é uma arte que devemos cultivar todos os dias... Lindo post... Bjs,bjs!

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  4. Minha velha mãe dizia, já há muito tempo, não há nada como o tempo pra passar... Fiquei com pena foi da moça do Supremo que caiu na rede do sarnento, a múmia eterna do Zé Sarney do Maranhão - esse parece que nunca mais vai acabar. E quando ele pede para não fazerem nada contra ela, a moça perdeu a vaga. Fenomenal! E ele não perde o cinismo...
    Como disse o Vinícius: Meu tempo é quando!

    Ana Cançado.

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