You
thought that I'd be weak without you, But I'm stronger
You
thought that I'd be broke without you, But I'm richer
You
thought that I'd be sad without you, I laugh harder
You
thought I wouldn't grow without you, Now I'm wiser
Though
that I'd be helpless without you, But I'm smarter
You
thought that I'd be stressed without you, But I'm chillin'
You
thought I wouldn't sell without you, Sold 9 million”. (
Survivor - Destiny's Child)
A semana que passou
foi emblemática pra nós mulheres. Mais uma vez, casos de estupro, aqui no
Brasil, chamaram a atenção do mundo. Digo isso porque, segundo o IPEA, em 2014,
podemos afirmar que tivemos um estupro a cada
minuto. Ou seja, diariamente tivemos mais de 20 que não chamam atenção de
ninguém, fica apenas o enorme sofrimento da vítima. Homens e mulheres
envolvidos em uma cultura de silencio e normalidade.
Como enfrentar a barbárie?? Primeiro,
é uma guerra de todos. Segundo, precisamos criar nossos filhos como seres
humanos igualitários, que respeitem todas as espécies e diversidades presentes em nosso planeta. Todos responsáveis pela casa que habitam, limpeza e cuidado,
entendendo que a convivência entre ambos deve ser de parceria e consideração.
Porém, como demoraremos ainda a
atingir essa paz, nossa maior arma é a indignação. Não aceitarmos nada,
deslizes, "foi só um aperto no braço", piadas, novelinhas que mostram a
incapacidade da mulher em reagir, ou seja, em todas as situações. A novela das
7, que acabou semana passada, na maior rede de tv brasileira, tinha um padrasto
que tentou por diversas vezes estuprar a enteada. Na primeira tentativa, a mãe da
menina preferiu que a filha fosse viver na rua sozinha, a se separar do
criminoso. Oi???
Até hoje, vemos mulheres sendo
criadas para realizarem-se primeiro com seus estados civis, casadas e com
filhos, e só depois em suas realizações profissionais e sociais. Os homens não,
crescem com a certeza de poderem mais, mais direitos, trabalharem, ter filhos
sem preocupação, pois a responsabilidade continua nossa.
Em compensação, conheço mulheres, de todas as idades, acreditando que podem ser felizes, sozinhas ou
acompanhadas. Essa liberdade é essencial, a fim de encararmos nossos parceiros
como companheiros que nos fazem melhores e mais felizes, não como troféu. E
isso muda tudo, pois assim, não aceitaremos nenhum tipo de violência.
O estupro, para mim, a pior de todas,
nada tem a ver com sexo. Ë um ato cruel, machista e doente para mostrar quem é
o mais forte, simplesmente pela força física. Além de ser rodeado por uma
cultura que o favorece, com a busca de justificativas, brincadeiras, culpabilização
das vítimas, falta de comprometimento do estado, entre outras.
Já sofri diversos tipos de violência,
nunca esquecerei nenhuma delas. Uma vez, aos 18 anos, caminhando de casa ao
ponto de ônibus, por volta das 7 da manhã, um homem tentou me agarrar, e até hoje
lembro da sensação da sua mão passando pelo meu corpo. Gritei, consegui fugir,
voltei pra casa e fomos, eu e meu pai, procurá-lo pelas redondezas, mas não o
encontramos. O ataque é sempre covarde.
Minha atitude diante dessa muralha será sempre a tolerância zero. Apesar de ainda hoje vivermos sob a égide do machismo,
nenhum tipo de violência contra as mulheres pode ser visto como normal por
homens e mulheres. Sabedores das heranças culturais, as quais perpassam desde a
era das cavernas, o medo e a acomodação não pode nos calar.
Qual a razão de
vivermos diante dessa absurda marca? Convivemos com animais irracionais? Nós,
mulheres, ainda somos vistas como objetos, onde uma roupa ou um batom nos
qualifica? Que polícia é essa que nos julga e amedronta? É esse país que
queremos para nossos filhos e filhas?
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