“Numa festa imodesta como esta
Vamos homenagear
Todo aquele que nos empresta sua testa
Construindo coisas pra se cantar” (Caetano Veloso)
Nasci numa casa bem modesta. Sala, quarto, cozinha e
banheiro. Tenho algumas poucas lembranças, pois meus pais logo tiveram que aumentá-la,
quando os filhos começaram a chegar. Mas a minha melhor recordação dela é de
uma grande radiola na sala, um móvel bonito com rádio e toca-discos.
Logo, a música entrou cedo na minha vida. Tínhamos compactos
de estórias infantis, as quais eu ouvia repetidas vezes por dia. Até hoje
lembro das músicas que acompanhavam as narrativas do Mogli, Dona Baratinha,
Chapeuzinho Vermelho, entre outros.
No final de semana, meus pais ouviam discos, onde o som espalhava
por toda a casa. Várias vezes, terminavam dançando ao som de Sarita Montiel,
Francisco José, “Al di la”, Cauby Peixoto, Ângela Maria, entre outros.
Com o aparecimento da jovem guarda, ouvíamos muito Wanderléia
e Roberto Carlos. Eu sabia todas as músicas de cor e salteado, por isso, aos 4
anos, minha mãe me levou num programa de rádio, onde crianças podiam
participar. Eu cantei “Nós somos jovens”, da Wanderléia. Nascia uma estrela!
Na adolescência fui me apaixonando pela música popular
brasileira com a mesma intensidade que passei a amar o Chico Buarque. De música
internacional, gostava do som do George Harrinson, Paul Maccartney, já sem os
Beatles, e todos aqueles melosos das tertúlias. Mas o debut mesmo aconteceu na
faculdade. Conheci Supertramp, ouvia muito Elton John, Michel Jackson, a
tropicália, e tudo mais que aparecia e que os amigos me apresentavam.
Com os filhos ainda pequenos, mostrava músicas, comprava
balão mágico, trem da alegria e o que eles iam encontrando pelo caminho.
Comemorava aniversários sempre com muita dança, gravava fitas cassetes,
misturava rock nacional, Bee Gees, Grease, Embalos de sábado à noite, tudo que
dava pra alegrar e balançar o esqueleto.
Hoje tenho um Ipod, com mais de 3500 músicas. Baixei todos
os meus cd’s e uso um desses aplicativos de músicas que a gente tem acesso a
tudo. Assisto filmes antenada à trilha sonora, meus filhos também me apresentam
novidades, e uso tudo isso para estar sempre aberta ao novo. Claro, tem coisa
que não consigo ouvir, pois nosso gosto musical é único. Porém não tenho
nostalgia, achando que os compositores atuais são piores, vou só acrescentando
e misturando.
Monto “playlists” de acordo com meu humor do dia ou da
semana. Ouço no carro, em casa e adoro ser a DJ nas reuniões com os amigos. Ao
ouvi-las recebo conselhos, repenso atitudes, choro e sinto alegria e paz. Experimentem,
super recomendo!
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