"O feminismo em comum é um convite e um chamado para o diálogo e a luta. Aceitá-lo é uma questão de inteligência sociopoliica e de amor ao mundo". (Marcia Tiburi)
Um
dos mais importantes dicionarios dos EUA, o Merriam-Webster elegeu “feminismo”, a
palavra do ano de 2017. Confesso a vocês que só comecei a prestar atenção nisso
em 2016 quando foi eleita “surreal”. Nas duas vezes, penso que foram bem escolhidas,
apesar de achar que 2017 também foi surreal.
Mas
vamos ao feminismo. Não tenho dúvida, que deixando de lado as falcatruas
politicas, fomos as protagonistas no ano passado. Movimentos, livros, poesias,
denuncias, passeatas, exposições, filmes, ocupamos tudo. Discutimos sobre
racismo, misoginia, homofobia, violência e demais doenças inclusas no machismo.
E isso
foi bom. Trazer à tona assuntos não falados, não revelados, denunciar poderosos
que se escondiam sob a égide do patriarcado incomodou.
Senti-me
identificada em tudo. Durante toda a minha vida de trabalho em empresas, por
falar o que pensava era rotulada como “briguenta”, porque o
machismo só aceita o formato da mulher caladinha e resignada. Fui assediada
pela primeira vez aos 10 anos, quando um primo de 18, foi morar em minha casa,
e num “belo” dia, sentou-me em seu colo com o pau duro. Sofri diversas violências
em meu casamento, moral e física, as quais me levaram a passar 6 meses morando
longe dos meus filhos.
É isso, a
nossa vida de ser quem a gente é não é fácil. Só o feminismo nos salva, não nos
deixa sós. Entender o processo do estabelecido, não o aceitar e viver de acordo
com as nossas convicções e principalmente, ajudar outras mulheres com afeto e
entendimento.
Ainda não
tenho muita paciência para debater com espécies machistas, claramente temerosas
em perder seus privilégios de uma vida inteira. Reconheço que em minhas redes
sociais eles não participam. Mas nessa celeuma, claramente geracional, entre
atrizes americanas e francesas, um ou outra dividiu comigo a alegria de alguém falar
que não é tão ruim assim, exageramos, precisamos de molestadores a fim de
sentirmos completas. Coitados, não entendem que hoje queremos qualidade nas relações,
pois descobrimos muitas outras formas de prazer.
Para
ajudarmos mais ainda, escrevo hoje para indicar esse livro da foto, da filósofa
Marcia Tiburi, “Feminismo em Comum”, que nos propõe um debate, pensamentos
críticos, e um maior entendimento do mundo. Leiam, presenteiem homens e mulheres de
todas as idades, falem, defendam o feminismo. Precisamos dele para respirar!
Nenhum comentário:
Postar um comentário