“Ter medo de enfrentar o amor é ir desta para outra mascando o jiló do desprazer e da falta de apetite da vida”.
Numa dessas noites temperadas com amigos e caipiroskas, discutíamos sobre o tipo de homem para cada uma das mulheres presentes. Foram várias as sugestões, quando eu resolvi dar um cunho mais sociológico ao trelelê. Gosto de homens que gostam de mulheres! Ah, assim não vale, você não pode ficar em cima do muro, está tucanando....Não gente, estou falando sério. O rol de reclamações só tem aumentado, estamos fadadas às definições mais inesperadas como: mulher nunca está satisfeita, está sempre querendo um compromisso, quando o homem não sente ciúme ela reclama, e por aí vai. Já me peguei perdendo meu precioso tempo explicando, para um desses adoráveis rapazes, que cada “pessoa” tem sua especificidade, tem qualidades e defeitos díspares, babaquices de uma obviedade ululante!
Lembrei desse episódio semana passada, quando fui ao lançamento do livro do cearense Xico Sá: Chabadabadá - Aventuras e Desventuras do Macho Perdido e da Fêmea que se Acha. Ele nos presenteia com seu olhar romântico em forma de crônicas sobre nossas relações de amor. Li o livro, como se estivesse tomando a primeira cerveja gelada na praia com o sol nosso de todo dia, com muito prazer e saboreando cada gole, digo, página.
Xico se auto intitula como um legítimo exemplar do macho jurubeba. Um tipo de homem que tem como princípio maior o seu amor pelas mulheres. Desculpe amigo, e a liberdade de chamá-lo assim, mas confesso não acreditar num grande número deles a nossa disposição na praça.
Com uma “Carta aberta aos covardes no amor etc.” ao “Jornal nacional do amor”, ou discorrendo sobre a arte feminina do pedir, nossos vestidos, olhares, beijos e xêros, Xico cutucou meu coração. E desde então me pergunto: será que esse gosto amargo que sinto de vez em quando é de jiló???